lunes, 7 de julio de 2008

VISITA PÓSTUMA (EN PORTUGUÉS)

O patio cheio de folhas e as paredes desbotadas
O vento frio batendo na minha árvore favorita
Algumas frutas pelo cháo
E as florzinhas que insistem em florescer entre o mato
Buscando uns olhos que as admire
Me imagino entrando na casa vazia da minha máe
E sentindo sua ausencia penetrar no meu coracáo
Profundamente como uma espada
A garagem sem plantas nem cachorro
A porta de tela sem remendar
Náo tem roupas no varau
Nem cheirinho de comida gostosa
Tenho que tomar coragem para entrar na cozinha
Respiro fundo e contenho o nó na garganta
náo encontro nada familiar
Somente aquela cor azul característica
Daquele espac,o de uniáo diaria
Passo meus dedos pelos furos da janela
Onde a gente punha pregos como seguranc,a
Depois abro a torneira para sentir a agua fría
O cháo está empoeirado
mas vejo o brilho do assoalho encerado
Lembro de tantas vezes que varri aquelas vigas
De tantas continhas que ajuntei do meio das frestas
A porta do corredor está fechada
E tenho a sensac,áo de que alguém vai abrir
E dizer: surpresa!!!
Tudo era um sonho e estou aquí!!!!
As lágrimas correm como um pequeño rio
Trasnbordando toda a pena
Entro no corredor e imagino meus irmáos
Conversando ou brincando
Entro depressa na sala
E a estrela me rouba a alma…
Tantas lembranc,as que me faltam as forc,as
Tenho que sentar para nao desmaiar
Nunca pensei que esta casa se venderia
Que se iria da familia
Eu só danc,ava, cantava, decorava
Adorava aquela sala grande e alta
Lembro do meu pai escutando a radiola
Da minha máe sentada no sofá vendo a Hebe
Dos varios moveis que este lugar já teve
E que agora sofre sem eles e sem cortinas
Vou até a porta da frente e me encosto nela
Porque ela me transmite um pouco de calor
Lembro do piláo com umas flores pintadas
Do jogo de sofás cinza revestido
Que originalmente era meio vermelho
E do jogo de jantar
Lembro dos pinheirinhos que a gente armava
E das brigas no Natal
Lembro do jogo grande de sofas
Com mesinhas e pufes de listas
Tantas noites de trabalhos escolares
Ou de pinturas no artesanato
Meus irmáos tocando violáo ou guitarra
Escutando música ou soltando foguetes na area da frente…
Nada tem cheiro de Familia Kovaliuk
Fora das minhas lembranc,as náo tem nada
Nada que transforme a casa em lar
Fecho os olhos e escuto aqueles sons
Táo gostosos de sabias e bentevis
Transito e madeira estalando…
Nenhuma outra parte da casa
Tem a forc,a emotiva
Que tem a cozinha e a sala
Que eu considero o coracáo da familia
Agora que tive coragem de entrar
Náo tenho vontade de sair…
Sei que quando eu for embora
Tudo será demolido e terá outra cara
Preciso ficar mais um tempo aquí
Para dar a última alegria
A este espac,o que me deu tantas…
Imagino minha máe sorrindo na cozinha
Arrumando a mesa com suas máozinhas macias
Com seu jeito táo feminino
Chego a escutar o barulho do meu pai
Desarmando algum motor lá fora
Enquanto meus irmáo se lanc,am na rua
Nos seus carrinhos de rolimá
Tenho vontade de comer amorinha
Sentada no muro da frente
Que agora está quase em ruinas
Lavar as manchas na torneirinha da frente
Sempre cheia de beijos cor maravilha
Até do choráo grande e verde me lembrei…
Mas tudo isso náo tem nenhuma importancia
Porque o que doi mesmo é o nunca
O jamais
A ausencia irremediavel dos seres queridos
Vou embora sem olhar para tras
Enquanto o canto dos passarinhos
Some nos meus ouvidos
Mas se guardam no meu corac,áo…

3 comentarios:

Anónimo dijo...

Muito interessante o que vc escreveu, mas eu quero ver a Rosaly que eu conheci, cheia de vitalidade, seja otimista minha querida!
A vida te deu um limão? Faça uma limonada!
Vc já viu o filme: O Segredo?
Bjs

mujercon 2sombras dijo...

Essa é a característica dos meus escritos - é a forma de chegar mais ao leitor.
Ainda que náo descarto estar menos alegre que quando vc me conheceu...É a falta da energía do Brasil...e a idiosincresia chilena que é menos eufórica, creio.
Mas eu já estive pior...
Agora me considero mais alegre que a maioria, de toda forma.
Bjos
Ah, com esse nome, náo vi o filme...

Unknown dijo...

Oi Rosaly,
Somos seus primos Vacelh e Ana. Nossa filha te encontrou por acaso, procurando algo sobre a família Kovaliuk. As coincidências do seu poema conosco foram tantas que ela resolveu salvar o seu blog e hoje ela nos mostrou sem saber que era seu. Nossos e-mails: ana.kovaliuk@pop.com.br, oki_kvl@hotmail.com e igor_fhorn@htmail.com.
Um abraço bem brasileiro prá você!